quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Conhecimento não é Mercadoria

Uma coisa tem que ficar clara: conhecimento não é mercadoria. Universidade não é negócio. Aluno não é cliente. Professor não é funcionário de aluno.

O que me assusta, mesmo não sendo tão velho assim, é como as pessoas, especialmente os alunos encaram a universidade atualmente. Na minha época [nostalgia hipócrita], não era assim.

Não defendo que se volte àquela situação que professores eram deuses, que não se podia dirigir a palavra a eles ou que existia castigo corporal [Se bem que a volta do castigo corporal...]. Mas também, vejo situações hoje que são um verdadeiro absurdo.

Talvez isso seja reflexo da falta de educação generalizada que perpetua nos quatro cantos da terra. Talvez seja a volta do paradigma da selvageria, da falta de cordialidade. A relação professor/aluno se tornou uma relação de adversários cujo primeiro é visto como um impedimento ao atingimento dos objetivos do segundo. Prevalesce a lei do mínimo esforço.

Um não quer mais aprender o outro mal mal quer ensinar.

Os alunos correm para as universidades e querem sair rápido com seu papel debaixo do braço. Educação Drive-Thru. Pois é, o seu conhecimento vai ser tão insosso quanto um sanduíche deste tipo. O aluno finge que aprende e o professor finge que ensina. Está tudo errado.

Depois as pessoas se perguntam porque o nosso país é violento, racista e corrupto. Ah, não é??? Precisou a ONU nos contar isso.

Humpf...

Terminar a refeição, lavar as tijelas

Uma celebérrima história de mestre Josshu:

- Mestre, por favor, ensinai-me a verdadeira história do budismo.
Josshu respondeu-lhe:
- Terminaste a refeição?
- É claro, mestre, terminei.
- Então, vai lavar tuas tijelas!
Toda a sua educação era assim.
Pessoalmente, sigo o caminho do meio: muito severo e muito gentil; para os discípulos fortes, meu ensino é muito forte; para os fracos, sou muito suave.

História contada pelo mestre Taisen Deshimaru "A Tigela e o Bastão"

sábado, fevereiro 23, 2008

Garça Branca por Li Po

Esse grande floco de neve
é uma garça branca que acaba de pousar no lago azul.
Imóvel, na extremidade de um banco de areia,
a garça branca
observa o inverno.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Estabeleço hoje aqui a campanha contra a estúpida frase "Quem sabe faz. Quem não sabe, ensina."

sábado, fevereiro 16, 2008

Não leia porque não sou Millôr

Todos nós nascemos livres para pensar o que quisermos. De fato, em alguma medida, macacos, cachorros e alguns outros animais também são dotados da capacidade de pensar. Conheço homens que conseguem pensar menos que meu cachorro de estimação ou que o famoso Amin, do zoológico de Belo Horizonte.
O homem criou um locus de pensamento desde os primórdios de sua história e este locus foi a academia e/ou liceu, onde algumas pessoas, inclusive nomes como Millôr Fernandes, frequentou. Talvez não tenha obtido titulações das mais altas e talvez não precisasse disso mas, com certeza, figuras como o acima citado, podem ter sido orientados, educados, tocados pelo pensamento de algum ph "alguma coisa". Será que este mesmo indivíduo não aprendeu nada com algum ph "alguma coisa"?
O mendigo do documentário "Do outro lado de sua Casa", que se intitula auto-didata, é menos importante que Millôr, ou eu? E Millôr, por acaso, vale mais que 10 mil "deu"?
Leviandade é desmerecer o esforço de algumas pessoas que dedicam sua vida à ciência, que se diferencia das demais formas de conhecimento somente pelo método. Não somos representantes da verdade absoluta e inquestionável, até porque ela mesma não existe, assim como não são os pastores, nem os colunistas, ninguém e muito menos o senhor.
Engraçado é o que esta rejeição aos acadêmicos provocou na sociedade brasileira. Enaltecem-se pseudo-intelectuais, estes que afirmam e não demonstram em jornais de referência nacional. Muito bom, posso falar a vontade e o que quiser e não preciso demonstrar nada. Enaltecem-se colunistas, cuja preocupação está em erudizar aspectos mais triviais do cotidiano. Enaltecem-se celebridades efêmeras, atletas e outras milhares e milhares categorias de pessoas, enquanto os acadêmicos são... acadêmicos, teóricos...humpf.
Separam-se os mundos. Nós, ph "alguma coisa", ou não, somos o que?
Muito teóricos, né? Então foda-se Darwin, Einstein, Newton, Maquiavel. Foda-se Kant. Foda-se o francês que estudou, se graduou, se titulou e desenvolveu o seu confortável Peugeot. Os acadêmicos não servem para nada. Para que nos esforçamos para estudar, escrever, pesquisar, se 1 Millôr Fernandes vale dez mil desses. Somos uns otários. Charlatões. Se as pessoas descobrirem isso vão parar de fazer faculdade e aí nós estamos fudidos. Se bem que os otários são aqueles que pagam para nos ouvir.
É por estas e outras que nosso país elege governantes como os atuais e vai ficar assim enquanto alguns enaltecerem alguns papéis e algumas realizações em detrimento de outras.
Pense à vontade. Mas pense algo: se não for eu, e mais meia dúzias de ph "qualquer coisa", se preso, vai andar na parte de trás do camburão. Se não for por mim, e mais meia dúzia de ph "merda nenhuma", não vai obter o "diproma" e, sem ele, vais fazer o que? Tente trabalhar na ONU, OEA ou para El Magnífico Rey de España. Já sei, vai continuar livre-pensando e lendo muito Millôr. Aí, agradeça a professorinha do pré, que te ensinou pelo menos a ler.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Testes de Revista Feminina

Tem coisa mais desagradável na vida de um homem que responder aqueles testes de revista feminina? Não, não tem. Você está sossegado no seu canto, vendo sua TV (dominando o controle remoto), comendo alguma coisa e etc., e sua namorada/esposa/amante/companheira vem para o seu lado com uma destas revistas femininas debaixo do braço e diz:


Meu bem, ... (quando vem o “meu bem” já ferrou tudo. Você olha para os dois lados, busca uma janela, mas nada. Você foi pego)...Você pode responder um teste para mim????
Eu digo, caros amigos do sexo masculino, não respondam. Estes testes são uma armadilha. Bom, como somos otários mesmo sempre respondemos sim.

Você fica desapontado (para não dizer puto mesmo) mas não diz nada. Ela senta do seu lado e anuncia o que quer descobrir de você. Geralmente estes testes tem um título bem idiota. Descubra qual Deus Grego é seu Homem; Descubra qual Personalidade do Cinema de Hollywood seu Homem seria; Descubra qual amante ele latino ele é. O que parece que ninguém descobriu ainda é o quanto odiamos essas pegadinhas. Faltava só o Sérgio Malandro pular na nossa frente e gritar: Ahhhh, pegadinha do Malandro.

Bom, então estão vocês dois sentados juntos. Lá vem a primeira bateria. É, bateria mesmo (artilharia. Fogo pesado). Em média são umas cinqüenta perguntas. Se fosse um homem que escrevesse um destes testes ia ter, no máximo, cinco perguntas: 1) Você gosta dela? 2) Você Está Satisfeito com Ela? 3) O que você queria que ela fizesse e não faz? 4) O que você não gosta que ela faça mas que ela faz mesmo assim? 5) Você quer responder mais testes deste tipo?


Então, começa a inquisição. Geralmente as perguntas são despretensiosas, parecem não ter nada a ver, mas é aí que mora o perigo. Vem a primeira série, você até responde numa boa. “Passeando no parque você vê uma moeda no chão o que você faz?” Letra A) Você solta a mão de sua namorada e abaixa para pegar a moeda para você; Letra B) Você solta a mão de sua namorada, abaixa e pega a moeda para ela; Letra C) Você ignora a moeda (afinal o valor é muito pequeno); Letra D) Você diz o passeio está ótimo e convida-a para um sorvete; Letra E) respostas A, C e D.

Supondo que você respondeu A. Dançou meu caro. Segundo as especialistas psicólogas da revista, A significa que você não gosta dela, pois se importa demais com dinheiro, além de ter soltado sua mão. Se respondeu B, pior, além de você novamente ter soltado a mão dela, pegar a moeda e dar para ela significa que você acha que pode comprá-la com mimos ao invés de dar atenção aos seus anseios femininos. Se respondeu C, significa que você é um homem sem ambições e, portanto, não proporcionará todo conforto que uma mulher necessita. Se respondeu D, você é um namorado insensível com os temores delas, tomar sorvete (calorias, regimes, etc.).

Então, por dedução lógica, a resposta correta seria a E? Não, se escolheu a E significa que você é um homem indeciso e que, portanto, nunca vai dar a ela a certeza de um bom futuro com você. De qualquer forma você sai prejudicado.

Aí qualquer sujeito normal fica bravo. Fica bravo também por ver que são mais 49 perguntas deste tipo. Quando chega lá pela 18a. você já não agüenta mais e começa a responder pelas coxas. Continue nesse caminho, meu caro. Depois você vai ver o resultado. Você quase sempre fica na antepenúltima ou penúltima categoria (são umas 7 e varia entre Romântico até Porco, Machista, Desgraçado).

Estes testes do demônio fazem então sua namorada/amante/esposa/companheira querer conversar sobre o relacionamento. Aí, um teste simples de meia-hora (entre te convocar, fazer as perguntas, somar os pontos e ler sua categoria) gera uma conversa de mais uma hora. Você, puto com O TESTE, sentado no sofá, e ela faz aquela pergunta legal (depois de vocês terem conversado sobre o relacionamento durante uma hora)
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O que foi?
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Você responde enfaticamente: Nada.
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Ela, não satisfeita, insiste: O que foi?
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Você: Nada não.
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Tem certeza que você não está puto?
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Você nem olha e responde: Não, não tô não. E é verdade, você não está puto com ela, só cansou do teste maldito que quebrou sua santa paz.
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Aí ela te faz a perguntinha mágica: Você está puto comigo?
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Você: Não.
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Ela: Tem certeza? Aí você começa a ficar meio ressabiado.
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Você: Tenho, tenho sim.
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Ela: Eu acho que você está puto comigo. O que é que foi?
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Você então, que não tinha nenhum problema com ela, começa a ficar meio impaciente. A única coisa que você queria é ter ficado no sofá, quietinho, tranqüilo.
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Você: Não tô puto não. Diz com aquele jeito delicado masculino.
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Ela: Eu sei que você está puto comigo. Eu te conheço. O que foi?
*
Neste entremeio vem uns quatro Tem Certeza, uns dois É Comigo e mais uns três O que foi
Aí a paciência vai pro espaço. Você não consegue se conter e responde: Eu já disse que não estou puto, mas que saco. Ô merda. (e mais uma série de vocábulos delicados) Ela: Não falei, não falei que você estava puto comigo.

Ai já era cara, você, que estava numa boa sentado no sofá, vai ter que passar por mais uma hora de conversa SÉRIA sobre o relacionamento, pedir um milhão de desculpa por estar bravo (você põe a culpa na vida, no trabalho, no dinheiro) sendo que você não estava puto com ela em momento algum. Tudo por causa desses malditos testes de revista.
Só mais um comentário sobre essas revistas. Qualquer tapado pode ser editor de uma revista feminina. Sempre vem um Teste desses; Uma reportagens sobre as Mulheres de não sei aonde; Uma reportagem sobre a vida difícil de uma “fulana de tal”; Uns artigos sobre roupas e etc’s.; Um artigo sobre Dieta (Dieta de não sei o que e não sei que lá) e por fim, XXX dicas para a hora do “vamo vê”. Sempre.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Ô Mestre

Nas mais altas montanhas no Tibet, lá onde o vento fez a curva pela segunda vez, onde Judas perdeu a segunda meia, bem pertinho daquele riachinho tranqüilo e do canto do açaçú azul do Himalaia, O Mestre resolveu romper sua meditação profunda e nos brindar com suas sábias palavras.
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Após um profundo estado de contemplação e reflexão, O Mestre acorda de seu caminho para a evolução. Durante 37 anos ele resolver buscar a auto-disciplina e o conhecimentos dos grandes mistérios através do reencontro com o divino. O Mestre então, encerrará seu silêncio e irá responder as perguntas que não querem calar.
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O que engorda, Ó Grande Sapiência?
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O Gordo
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Então Mestre, o que emagrece?
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A Anoréxica
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Grande Sábio, do que as mulheres gostam?
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Dinheiro, por que quem gosta de homem é viado
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Ó Sua Eminência, o que há depois da morte?
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Enterro
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Quem construiu as pirâmides, Ó Conhecedor de Tudo?
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A empreiteira de Sérgio Naya (Mesma do Palace II). Você viu o péssimo acabamento?
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Porque as mulheres nunca estão satisfeitas, Ó Entendedor dos Grandes Mistérios?
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Por que elas não nasceram homens
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Qual é o sexo dos anjos, Divino Sabedor?
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Aquele que te leva às nuvens
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Deus existe, Ó Iluminância?
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Se ele existisse Gafanhoto, você acha que ele iria deixar existir o KLB, o Júnior, Ivan Lins, Maurício Manieri e o Wando?
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Mestre, Nos diga por favor, como ser feliz?
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Leia sempre este blog ou veja os programas de Antônio Roberto, porque aquilo só pode ser piada
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E assim O Mestre volta a seu estado de meditação profunda...
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ommmmmmmmmmmm

domingo, fevereiro 10, 2008

Títulos: para quê servem?

Porque algumas escolas de samba se intitulam acadêmicos do num sei o que? Será que elas são compostas por acadêmicos mesmo? Tipo: Machado de Assis seria da bateria. Imagine Charles Darwin tocando uma cuíca. Einstein seria responsável pelo que?
Essas escolas tem alguns acadêmicos sim: meia dúzia de antropólogos e/ou sociólogos que tentam dar um ar intelectual a um evento que é, em suma, uma reunião histérica de pessoas semi-nuas, que elegem esta semana para perder todo seu senso de civilidade. De fato, se fantasiam, na maioria da vezes, para usar estas como pretexto e, muitas vezes, como desculpas posteriores para um comportamento que, não fosse o freio social civilizatório, seria seu comportamento natural.
Acadêmicos...???
Pior é dar o título de mestre a um sujeito que fica rodopiando envolta de uma mulher que porta uma bandeira. Vocês imaginam como é difícil adquirir o título de mestre neste país??? Aí, vem um sujeito, que mal mal deve ter completado o 2o. grau, e lhe conferem o título de mestre.
Mestre sala...
Sua dissertação teve como foco a sala? Quarto, cozinha e banheiro ficam para o doutorado?
Por falar em doutorado, cansei de me referenciar a advogados, dentistas, médicos, "coronéis" de cidade de interior de doutor. Só chamarei os outros de doutor quando me apresentarem o título de doutorado, obtido em Instituições de Ensino Superior de respeito e com respaldo do MEC.
Neste país, obter títulos é muito simples.
Imagine você que Leão, Adilson Batista e Geninho viraram professores??? "O professor disse isso", "o professor nos instruiu". Veja se técnico de futebol é professor de alguma coisa. Por acaso eles são formados em qualquer coisa? Dão aulas em instituições de ensino?
Aí, aí...
Como disse, neste país, ter títulos é muito fácil.
Acho que vou começar a me chamar de Duque, ou Conde. Quem vai me questionar? Passista é mestre sem ter feito mestrado. Advogado é doutor sem ter feito doutorado. Técnico de Futebol é professor sem ter feito ao menos um curso de pedagogia. Pelo menos eu tenho cara de lord.
Me chamem a partir de agora de Conde. Conde Clausewitz...
...com limão.
Ps: e não entra cachaça e nem açúcar nesta combinação. Porque daqui a pouco vão querer fazer de mim uma caipirinha.

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Os 30 e poucos anos...

Porque as pessoas simplesmente não aceitam o trabalho de Kronos?

Nunca ninguém está satisfeito com ele. Quando novos, achamos ele um Deus moroso, lento, que nos provoca, enquanto ansiosamente esperamos que ele acelere o tempo segundo nossas conveniências. Queremos ter idade para irmos ao cinema naquela sessão que é sempre superior à nossa idade; queremos ter idade para entrar naquela boite ‘x’que também, e coincidentemente, só é autorizada para aqueles que têm uma idade superior à nossa; queremos ter a idade para beber; queremos ter a idade para tirar carteira; queremos ter idade para podermos viajar sozinhos com os amigos. A meta de juventude é ser sempre ser mais velha; queremos acelerar o tempo. Neste momento kronos é aquele funcionário público que faz sua vida passar em um passo de tartaruga enquanto você decide se se mata ou se tenta mata-lo.

Porque muitas vezes, quando alguém nos pergunta o que estamos fazendo respondemos: nada... estou só matando o tempo. De fato, nós não conseguimos matar o tempo. Mas o contrário não é verdade.

À medida que crescemos, achamos ele um Deus apressado, faceiro, que nos ameaça, enquanto esperamos ansiosamente que ele esqueça de fazer seu trabalho. Não queremos ter idade para casar; não queremos ter idade para trabalhar; não queremos ter idade para nos aposentar; não queremos ter idade para ir ao geriatra. Neste momento kronos é aquele médico do SUS que nos atende com tal velocidade que você não consegue se lembrar o porquê estava diante dele. E pior, para o trabalho de kronos não há remédio. Bem que tentamos: fazemos dieta; caminhamos todo dia; abandonamos os vícios e tudo aquilo que nos faz mal; passamos cremes e tomamos remédios para tentar lubridiar este Deus. A meta de velhice é sempre ser mais nova; queremos desacelerar o tempo.

Quando estamos com um serviço atrasado, lutamos contra ele. Quando estamos com tempo demais, associamo-o ao tédio. Quando não queremos fazer algo colocamos a culpa na falta dele. Ou seja, nunca ninguém está satisfeito com ele.

Pensamos que talvez houvesse algum momento em que o trabalho de Kronos pudesse nos satisfazer. Um momento que fizéssemos as pazes com ele. Talvez quando atingíssemos aquela idade intermediária, tal qual a que atingi bem recentemente. Não somos oprimidos pela falta e nem pelo excesso de idade. O tempo parece a menor das preocupações. Não, não é verdade. Ele nunca ajuda; só atrapalha. E pior. Queremos congela-lo; queremos que ele cesse por completo suas atividades e que vivamos eternamente este momento. Mais uma vez queremos atrapalhar sua obra. Queremos lutar contra a inevitabilidade.

É, realmente Kronos é um Deus injustiçado.

Porém, quando nos aproximamos de outro Deus – um mais macabro, de roupa preta e foice na mão –, nos lembramos de Kronos com carinho: lembra aquele tempo...

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Sopa não é comida

Por que as mulheres pensam que sopa é comida?
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Você está sentado na sala, em um dia qualquer, à noite. Entre um programa de TV e outro você faz aquela pergunta típica à sua companheira. Meu bem, e aí? O que vamos jantar? Aí, sua amada, com aquele olhar feminino típico, te responde: Que tal uma sopinha?
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Sopinha??? pensamos. Desde quando sopa é comida? Você responde: Pensei que íamos comer alguma coisa, não tomar alguma coisa. O amor de sua vida, a razão de sua existência, então retruca: Tem uma boa aqui. Legumes com macarrão. Você quer? (Legume com macarrão é assim: 17 fiapinhos daquele macarrão mais fino boiando, mais uns 12 legumes sortidos e água salgada a rodo)
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Pensamos novamente: nem f%&*#. Se tomarmos este troço, daqui a meia-hora qualquer estômago masculino vai estar berrando de fome novamente. Então você diz com muita delicadeza: Não tem outra coisa?
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Ela responde: Tem. Tem sopa de feijão, caldo de Cebola, caldo disso, caldo daquilo..... e vai narrando os infindáveis tipos de sopa que tem numa dispensa controlada pelo sexo feminino. Você começa a desanimar e, diga-se de passagem, seu estômago também.
Não meu amor, não tem mais nada além de sopa?
E ela indaga: Porquê?
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Não, nada não. É óbvio que eu não vai iniciar uma discussão sobre as qualidades da sopa e coisa e tal. Porque sopa tem todas as vitaminas, minerais e etc. Porque sopa é light e saudável... etc...etc.... e etc.... não engorda, e mais um milhão de etc’s que as propagandas da TV te apresentam.
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Você se pergunta então: Porque mulher acha que sopa é comida? Se você quisesse tomar alguma coisa, na condição de ogrosexual, você preferiria se encher de cerveja, até por que cerveja alimenta. Sopa é o “rango” de mulher, de homem com menos de 65kgs (que de fato não é tão homem assim) ou de gente doente. Nós, que pesamos mais de 80kgs (alguns mais) precisamos de algo que dê “sustância”. Se fosse uma sopa de picanha, ou mesmo de tijolo, que pesasse bem no “stambo”, aí até ia. Mas sopinha... dessas Maggi, 0 cal e 290 g, pelo amor de Deus.
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O estômago humano agüenta até 2 litros de alimento (o fato é que alguns estômagos trabalham com capacidade total). Para um homem ficar satisfeito, ia ter que tomar umas 5 ou 6 destas sopinhas. E é claro, com mais meia bisnaga grande de pão italiano (sabe, aquele bem massudo).
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Pense bem. Quando você vai em um restaurante fancy, os caras te cobram 50 reais de cada um pelo jantar completo (couvert, entrada, refeição, fora a bebida e a maldita sobremesa). O que eles fazem? Enchem as mulheres de sopinha (geralmente Creme de Aspargo) e mais uns dois pãezinhos bem chechelentos. Aí, quando vem o principal, as massas e as carnes, nossas damas já estão satisfeitas e mal, mal beliscam o prato.
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Mas e o preço? É o mesmo que nós homens vamos pagar. Elas se dizem satisfeitas. Dizem, até porque quando vem aquele carrinho de sobremesa elas parecem estar 5 dias sem comer. E nós, verdadeiros homens, nem queremos saber de sobremesa. Já enchemos o “pandú” com carnes e outras coisas que importam em uma refeição. A tal sopinha de entrada foi criada só para nos f%$@*&.
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O dono de restaurante pensa assim: Ô trouxão, e você pensou que ia me dar um “prejú” daqueles comendo igual um boizão, mas eu estou faturando é com sua mulher, palhaço. Os 50 reais que competem a ela cobrem o que eu vou perder com você e ainda vou ter lucro. Hahahahaha.
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Pois é, tudo por causa da maldita mania de sempre estar comendo sopinha. Eu digo: Sopa Não é Comida. Sopa é para enganar o que não é enganável. Duas coisas funcionam perfeitamente [até certa idade] em um corpo masculino, o dito cujo e o estômago (o cérebro masculino funciona às vezes). Não há como enganá-los. Não pense que com uma sopinha o seu estômago vai estar feliz e satisfeito.
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Só comemos sopa quando não há mais nada na geladeira ou na dispensa; absolutamente nada para comer (ou melhor, para beber). E, de fato, sempre que comemos uma dessas sopinhas, precisamos de um acompanhamento, tipo uns 15 biscoitinhos cream cracker ou um monte de pão. Sopa é complemento e não refeição.
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Então, minhas caríssimas mulheres, parem de tentar nos convencer que sopinha é comida. É preferível dizer que não tem nada pra comer. Daí os homens podem dignamente pedir uma pizza gigante, com borda recheada de cheddar ou um daqueles sandwiches bem gordurentos.
Também, as mulheres tem que parar de falar que comemos demais, por que tudo que comemos de carne, massas e outras COMIDAS, vocês comem proporcionalmente em chocolates, mousses, tortas, bolos e etc.
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Um toque de Sabedoria

Não devemos tentar entender as mulheres, devemos sim obedecê-las.